Desculpe, se eu não tenho a capacidade de te dizer face-a-face o meu último adeus.
Eu sempre fui muito desapegado às coisas mais importantes da vida. Como a família, os amigos.
Mas agora,vendo a morte de perto, percebo que nada foi em vão.
Sinto esta imensa vontade de dizer que te amo e que te quero perto de mim. Mas sei que não tenho esse direito. Não posso entrar na vida de alguém e remexer velhas lembranças. Isso seria injustiça.
Agora eu vejo o quanto perdi e o quanto nunca retomarei.
Meu corpo não sente mais nada, meu espírito está abarrotado de coisas que eu nem sei o que são, minha mente está vazia.
Acho que perdi a capacidade de chorar... e de amar.
Essa não é uma mensagem de despedida, talvez ainda não. É só um método que encontrei de dizer tudo o que sinto e tudo o que sentiria se eu fosse embora.
Essa louca vontade etílica de dizer o que eu penso das pessoas. Se ela viesse junto com a coragem, seria bem proveitosa. Mas não vem. Nunca vem.
Por isso uma carta de suicídio é tão bela. Ela não teme nada, eu não temo nada. Posso dizer tudo o que eu quiser sem medo das reações que isso causará.
Esta carta, por sua vez, é mais complicada. Como eu poderei descrever tudo o que sinto por todas as pessoas se eu ainda vou ver elas algum dia...?
Talvez o melhor jeito seja este mesmo. Sem mencionar nomes. Quem entender vai entender.
Nenhum comentário:
Postar um comentário