quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Devaneio

Acordo em meio de um pesadelo. Não, eu não quero despertar. Por favor, não. Não quero voltar para o mundo moderno, o tempo passa... Reluto, mas acordo. É noite, meu corpo treme...


Ao olhar para os lados, não te ver ali comigo
Penso em mil coisas a fazer, meu sonho reprimido
Vejo, então, um portal
Na minha visão paranormal
Paro e reflito, numa idéia
Num devaneio qualquer, me sinto mal
Parando subitamente meu respiro
Sinto um gosto metálico
Em minha boca, rindo
Sorrindo, paro
Canto, danço
Desesperado, valseio
Sozinho
Um pedaço de giz alimenta
Meu raciocínio
Sucinto
Invisto
Minhas esperanças, num rabisco
Quisto, este sonho de menino
Um portal riscado, lacrimejado
Despedaçado o giz
Tão belo, e colorido
Foi-se transformou-se transmutou-se
Neste sonho
Na parede do quarto esquerdo
Torto há um portal desfeito
Por mãos hábeis desenhado
Sonhado
Mente fértil, insana
Canta desafina
E finda
a obra de imensurável
gana
Apanha
Das mal-trapilhas vestes
Que veste
A manga
Limpa-se o homem
Deveras indignado
Com a vida
Inda
Aquela que sonhara
Um portal
Tão singelo símbolo
De rancor, ódio, amargura
Pura
Devaneios,
Fugir pela parede, risca-se um portal
Suja a veste de giz escarlate
Arde,
A ferida, vivida
Finda, a liberdade
Arde...
Devaneio...

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