sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Untitled


Apenas pensando na vida... No quanto meu cupido é burro... E no quanto eu estou mal.

Não sei, na verdade, o que acontece comigo. Ou se o problema é com as mulheres de hoje em dia;
Apenas acho que o meu amor de verdade não existe.
Simples assim.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Maturidade

"A maturidade tem mais haver com os tipos de experiência que você teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou"
William Shakespeare


Em 16 anos...

Eu vi a queda das Torres Gêmeas
Sobrevivi ao ano 2000
Sobrevivi à Tsunami que viria pra cá
Vi a Guerra EUA-Iraque
Vi a mudança do século XX para o XXI
Vi o começo do Novo Milênio
Fui atropelado e estive em coma
Tive dois ataques cardíacos, morri
Senti a morte olhar no meu olho, e eu olhei de volta
Usei drogas, e não me arrependo, tudo é aprendizado
Chorei por amor, ri por amor
Fiz alguém chorar, e rir também
Já me travesti de mulher
Já bebi até cair
Já vomitei por bebida
Já recusei sexo
Já recusei bebida
Já recusei o amor, e não me arrependo... Se não tivesse recusado, não saberia o quanto dói
Já aceitei fazer loucuras por alguém
Já aceitei estar errado
Já fiz coisas que não devia
Já deixei de fazer coisas que deveria ter feito
Já escrevi um livro
Já escrevi uma música
Já escrevi uma poesia
Já escrevi muitas cartas, mas poucas foram entregues
Já tive amor platônico
Já fui correspondido
Já fiz muitas coisas e pretendo fazer muito mais...
Assim seja, em nome de Oxalá.
Boa semana.

Commedia dell'arte e Carnaval

Hoje em dia estes personagens são famosos nos bailes de Carnaval. Mas poucos sabem do que se trata.
Não irei, hoje, copiar fontes de outros site. Acho eu que o que eu tenho de informações acerca do assunto já é o bastante.

A Comédia da Arte foi uma forma de teatro criada na Itália há alguns séculos atrás (sou horrível com datas...) e é uma característica desta escola a improvisação baseada em personagens estereotipados: O amor, a paixão e a donzela.
O amor é sonhador, e platônico.
A paixão é fumegante, calorosa e chega de surpresa.
A donzela é a dúvida, é a que, talvez, mais sofra no desenrolar da trama.

Tendo outros personagens menos importantes e também deveras banais ao nosso dia-a-dia, na estória vale a improvisação, tendo no rosto as máscaras, e na mente as características de cada um.

O Pierrô não é italiano, ele foi criado em cima dos personagens da commedia dell'arte da Itália, um francês baseou-se em um personagem secundário da trama e fez o Pierrot a terceira ponta do triângulo amoroso, assim deixando-o mais famoso, por assim dizer.
Agora que já sabem um pouco mais sobre a história, estudem mais sobre essa belíssima forma de arte performática e divirta-se! No carnaval, principalmente... Pois é quando os sonhos viram realidade. Ciao!

E o Pierrot chora...!

Menotti Del Picchia



Máscaras
PERSONAGENS:
Arlequim : Um desejo
Pierrot : Um Sonho
Colombina: A Mulher

Em qualquer terra em que os homens amem.
Em qualquer tempo onde os homens sonhem.
Na vida.

BEIJO DE ARLEQUIM
I
O crescente cintila como uma cimitarra. Lírios longos, grandes mãos
brancas estendidas para o luar, bracejam nas pontas das hastes. Uma
balaustrada. Uma bandurra. Um Arlequim. Um Pierrot E, sobre as
máscaras e os lírios, a volúpia da noite, cheia de arrepios e de aromas.

ARLEQUIM diz:
Foi assim: deslumbrava a fidalga beleza da turba nos salões da Senhora Duquesa.
Um cravo, em tom menor, numa voz quase humana, tecia o madrigal de uma antiga pavana. Eu descera ao jardim. Cheirava a heliotrópio e vi, como quem vê num vago sonho de ópio, uma loura mulher...

PIERROT
Loura?
ARLEQUIM
Como as espigas...
Como os raios de sol e as moedas antigas...Notei-lhe, sob o luar, a cabeleira crespa,
anca em forma de lira e a cintura de vespa, um cravo no listão que o seio lhe bifurca,
pezinhos de mousmé, olhos grandes, de turca... A boca, onde o sorriso era como uma abelha, recendia tal qual uma rosa vermelha.

PIERROT

Falaste-lhe?

ARLEQUIM

Falei...

PIERROT

E a voz?

ARLEQUIM

Vaga e fugace.
Tinha a voz de uma flor, se acaso a flor falasse...

PIERROT
E depois?

ARLEQUIM

Eu fiquei, sob a noite estrelada, decidido a ousar tudo e não ousando nada...
Vinha dela, pelo ar, espiritualizado numa onda volúpia, um cheiro de pecado...
Tinha a fascinação satânica, envolvente, que tem por um batráquio o olhar duma serpente... e fiquei, mudo e só, deslumbrado e tristonho, sentindo que era real o que eu julgava um sonho! Em redor o jardim recendia.
Umas poucas
tulipas cor de sangue, abertas como bocas, pela voz do perfume insinuavam perfídias...

Tremia de pudor a carne das orquídeas... Os lírios senhoreais, esbeltos como galgos,
abriram para o céu cinco dedos fidalgos fugindo à mão floral do cálix longo e fino.
Um repuxo cantava assim como um violino e, orquestrando pelo ar as harmonias rotas, desmanchava-se em sons, ao desfazer-se em gotas! Entre a noite e a mulher, eu trêmulo hesitava: se a noite seduzia, a mulher deslumbrava!
Dei uns passos
Ao ruído agitou-se assustada. Viu-me...

PIERROT
E ela que fez?
ARLEQUIM
Deu uma gargalhada.
PIERROT
Por que?
ARLEQUIM
Sei lá! Mulher...Talvez porque ela achasse ridículo Arlequim com ar de Lovelace...
Aconcheguei-me mais: “Deus a guarde, Senhora!”
- Obrigada. Quem és?
- “Um arlequim que a adora!”

Vinha do seio dela, entre a renda e a miçanga, um cheiro de mulher e um cheiro de cananga. Eram os olhos seus, sob a fronte alva e breve, como dois astros de ouro a arder num céu de neve. Mordia, por não rir, o lábio úmido e langue, vermelho como um corte inda vertendo sangue...E falei-lhe de amor...
PIERROT
E ela?

ARLEQUIM

Ficou calada...
Meu amor disse tudo, ela não disse nada, mas ouviu , com prazer, a frase que renova
no amor que é sempre velho, a emoção sempre nova!

PIERROT
Que lhe disseste enfim?
ARLEQUIM
O ardor do meu desejo,
a glória de arrancar dos seus lábios um beijo, a volúpia infernal dos seus olhos
devassos, o prazer de a estreitar , nervoso, nos meus braços, de sentir a lascívia heril dos seus meneios, esmagar no meu peito a carne dos seus seios!

PIERROT, assustado:
Tu ousaste demais...
ARLEQUIM, cínico:
Ingênuo! A mulher bela
adora quem lhe diz tudo o que é lindo nela. Ousa tudo, porque todo o homem enamorado se arrepende, afinal, de não ter tudo ousado.

PIERROT
E ela?
ARLEQUIM
Vinha pelo ar, dos zéfiros no adejo, um perfume de amor lascivo como um beijo, como se o mundo em flor vibrasse, quente e vivo, no erotismo triunfal de um amor coletivo!
PIERROT, fremindo:
E ela?
ARLEQUIM
Ansiando, ouviu toda essa paixão louca, levantou-se...
PIERROT
Depois?
ARLEQUIM , triunfante:
Deu-me um beijo na boca!
Um silêncio cheio de frêmito. Os lírios tremem. Pierrot
olha o crescente. Arlequim dá um passo, vê a brandura,
toma-a entre as mãos nervosas e magras e tange, distraído,
as cordas que gemem.

ARLEQUIM
Linda viola.
PIERROT, alheado:
Bom som...
ARLEQUIM
Que musicais surpresas não encerra a mudez
destas cordas retesas...

Confidencial a Pierrot:
Olha: penso, Pierrot, que não existe em suma, entre a viola e a mulher, diferença nenhuma. Questão de dedilhar, com certa audácia e calma, numa...estas cordas de aço, e na outra...as cordas d’alma!
Suavemente, exaltando-se:
O beijo da mulher! Ó sinfonia louca da sonata que o amor improvisa na boca... No contado do lábio, onde a emoção acorda, sentir outro vibrar, como vibra uma corda... À vaga orquestração da frase que sussurra ver um corpo fremir tal qual uma bandurra...Desfalecer ouvindo a música que canta no gemido de amor que morre na garganta...Colar o lábio ardente à flor de um seio lindo, ir aos poucos subindo...ir aos poucos subindo...até alcançar a boca e escutar, num arquejo, o universo parar na síncope de um beijo!
.........................................................................................................................................
Eis toda a arte de amar! Eis, Pierrot fantasista, a suprema criação da minha alma de artista. Compreendes?
PIERROT, ansiado:
E a mulher?
ARLEQUIM, lugubremente:
A mulher? É verdade...
Levou naquele beijo a minha mocidade.

PIERROT
E agora? Onde ela está?
ARLEQUIM, ironicamente místico:
No meu lábio, no ardor desse beijo, que é todo um romance de amor!

Seduzido pela angústia da saudade:

No temor de pedi-lo e na glória de tê-lo...
No gozo de prová-lo e na dor de perdê-lo...
No contato desfeito e no rumor já mudo...
No prazer que passou...Nesse nada que é tudo:
O passado!... a lembrança... a saudade... o desejo...

Balbuciando:
Um jardim... Um repuxo...Uma mulher... Um beijo....
(Longo silêncio cheio de evocação e de cismas).
PIERROT, ingenuamente:
É audaciosa demais a tua história...




ARLEQUIM, ríspido:
Enfim,
um Arlequim, Pierrot, é sempre um Arlequim. Toda história de amor só presta se tiver, como ponto final, um beijo de mulher!

O SONHO DE PIERROT
II
PIERROT
Eu também, Arlequim, nesta vida ilusória, como todos Pierrots, eu tenho uma história, vaga, talvez banal, mas triste como um cântico...
ARLEQUIM, sarcástico:
Não compreendo um Pierrot que não seja romântico, branco como o marfim, magro como um caniço, enchendo o mundo de ais, sem nunca passar disso.
PIERROT
Debochado Arlequim!
ARLEQUIM

Branco Pierrot tristonho...
PIERROT
Teu amor é lascívia!
ARLEQUIM
E o teu amor é sonho...
PIERROT
É tão doce sonhar!... A vida , nesta terra, vale apenas, talvez, pelo sonho que encerra. Ver vaga e espiritual, das cismas nos refolhos, toda uma vida arder na tristeza de uns olhos; não tocar a que se ama e deixar intangida aquela que resume a nossa própria vida, eis o amor, Arlequim. , misticismo tristonho, que transforma a mulher na incerteza de um sonho....
ARLEQUIM, escarninho:
Esse amor tão sutil que teus nervos reclama só se aplica aos Pierrots?
PIERROT
Não! A todos os que amam!
Aos que têm esse dom de encontrar a delícia na intenção da carícia e nunca na carícia...Aos que sabem, como eu, ver que no céu reflete a curva do crescente, um vulto de Pierrette...

ARLEQUIM, zombeteiro:
Eterno sonhador! Tu crês que vive a esmo tudo aquilo que sai de dentro de ti mesmo. Vês, se fitas o céus, garota e seminua, Colombina sentada entre os cornos da lua...Quanta vezes não viste o seu olhar abstrato nos fosfóreos vitrais das pupilas de um gato?
PIERROT
Essas frases cruéis, que mordem como dentes, só mostram, Arlequim, que somos diferentes. Mas minha alma, afinal, é compassiva e boa: não compreendes Pierrot. E Pierrot te perdoa...
ARLEQUIM
Tua história, vai lá! Senta-te nesse banco. Conta-me: “Era uma vez um Pierrot muito branco...”
A história de um Pierrot sempre nisso consiste... Começa.

PIERROT narrando:
“Era uma vez... um Pierrot... muito triste... “
Uma voz, na distância, corta, argentina, a narração de Pierrot.
A VOZ
Foi um moço audaz, que vejo
no meu sonho claro e doce,
O amor que primeiro amei..
Abraçou-me: deu-me um beijo
e, depois, lento, afastou-se,
e nunca mais o encontrei.

Num ser pálido e doente
resume-se o que consiste
o segundo amor que amei.
Ele olhou-me tristemente...
Eu olhei-o muito triste...
E nunca mais o encontrei!

Esse amor deu-me o desejo
daquele beijo encontrar.
Mas nunca, reunidas, vejo,
a volúpia desse beijo,
e a tristeza desse olhar...

A voz agoniza nos ecos. Pierrot e Arlequim tendem o ouvido procurando no ar mais uma estrofe.
ARLEQUIM
Essa voz...
PIERROT
Essa voz...
ARLEQUIM
Só de ouvi-la estremeço...
PIERROT
Eu conheço essa voz!
ARLEQUIM
Essa voz eu conheço...
Um sopro de brisa arrepia as plantas.
PIERROT
Escuta...

ARLEQUIM
Escuta...
PIERROT
Ouviste?

ARLEQUIM
Um sussurro...

PIERROT
Um lamento...

ARLEQUIM

Foi o vento talvez.
PIERROT
Sim. Talvez fosse o vento.
ARLEQUIM
Conta a história, Pierrot.
Pierrot continuando:
Numa noite divina
como tu, num jardim, encontrei Colombina. Loira como um trigal e branca como a lua.

ARLEQUIM
Era loira também?
PIERROT
Tão loira como a tua...
Eu descera ao jardim quebrado de fadiga. Dançavam no salão...

ARLEQUIM, interrompendo:
... uma pavana antiga,
e notaste ao luar a cabeleira crespa...

PIERROT
... a anca em forma de lira...

ARLEQUIM
... e a cintura de vespa!
PIERROT
Mãos mimosas, liriais...
ARLEQUIM
Em minúcias te expandes!

PIERROT

Um pé muito pequeno...
ARLEQUIM
Uns olhos muito grandes!
Uma mulher igual à que encontrei na vida?

PIERROT, ofendido:
Enganas-te, Arlequim, nem mesmo parecida!
Era tal a expressão do seu olhar profundo,
que não pode existir outro igual neste mundo!
Felinamente ardia a íris verdoenga e dúbia,
como o sinistro olhar de uma pantera núbia.

Esses olhos fatais lembravam traiçoeiras
feras, armando ardis nos fojos das olheiras!
Tão vivos que, Arlequim, desvairado, os supus
duas bocas de treva e erguer brados de luz!
Tripudiavam o bem e o mal nos seus refolhos.

ARLECRIM, cismando:
Essas coisas também ardiam nos seus olhos...
PIERROT
Tive medo, Arlequim! Vendo-os, num paroxismo
eu tinha a sensação de estar sobre um abismo.
Não sei porque o olhar dessa estranha criatura
era cheio de horror...e cheio de doçura!
Eu desejava arder nessas chamas inquietas...

ARLEQUIM
Tendo o fim dos Pierrots?
PIERROT
Tendo o fim dos Poetas!
Aconcheguei-me dela, a alma vibrante louca, o coração batendo...

ARLEQUIM
E beijaste-lhe a boca.
PIERROT, cismarento:
Não...Para que beijar? Para que ver, tristonho, no tédio do meu lábio o vácuo do meu sonho... Beijo dado, Arlequim, tem amargos ressábios...
Sempre o beijo melhor é o que fica nos lábios,
esse beijo que morre assim como um gemido,
sem ter a sensação brutal de ser colhido...

ARLEQUIM
E que disse a mulher?
PIERROT
Suspirou de desejo...
ARLEQUIM , mordaz:
Preferia, bem vês, que lhe desses um beijo!
PIERROT
Não. Ela olhou-me. Olhei... E vi que, comovida, sentiu que , nesse olhar, eu punha a minha vida...
Um silêncio cheio de angústias vagas.
Sob o luar claro as almas brancas dos
Lírios evocam fantasmas de emoções
mortas. Os espectros das memórias
parecem recolher, como numa urna invi-
sível, a saudade romântica de Pierrot...


ARLEQUIM, tristonho:
Essa história, Pierrot, é um pouco merencória...

PIERROT
A história desse olhar é toda a minha história.
ARLEQUIM
E não a viste mais?

PIERROT
Nem sei mesmo se existe...

ARLEQUIM, contendo o riso:

É de fazer chorar! Tudo isso é muito triste!
Tomando-o pelo braço, confidencialmente:
Entretanto, ouve aqui, à guisa de consolo:
diante dessa mulher...foste um Pierrot bem tolo!
Aprende, sonhador! Quando surgir o ensejo,
entre um beijo e um olhar, prefere sempre um beijo!

PIERROT, desconsolado:
Lamentas-me Arlequim?
ARLEQUIM

Tu não compreendeste: choro não ter colhido o beijo que perdeste.
O AMOR DE COLOMBINA
II
Uma voz que canta se aproxima.
A VOZ
Esse olhar deu-me o desejo
daquele beijo encontrar,
mas nunca , reunidas, vejo
a volúpia desse beijo
e a tristeza desse olhar!

PIERROT , extasiado:
Escutaste, Arlequim, que cantiga tão bela?
ARLEQUIM
Era dela esta voz?
PIERROT
Esta voz era dela...
Arlequim está imerso na sombra e um raio de luar ilumina
Pierrot. Entra Colombina trazendo uma braçada de flores.

COLOMBINA, vendo Pierrot:
Tu? Que fazes aqui?
PIERROT
Espero-te, divina...A sorte de um Pierrot é esperar Colombina!

COLOMBINA
Pela terra florida, olhos cheios de pranto, eu procurei-te muito...
PIERROT
E eu esperei-te tanto!
COLOMBINA
Onde estavas, Pierrot? Entre as balsas amigas, tendo no peito um sonho e no lábio cantigas, dizia a cada flor: “Mimosa flor, não viste um Pierrot muito branco...”

PIERROT

Um Pierrot muito triste...
COLOMBINA
E respondia a flor: “Sei lá... Nestas campinas passam tantos Pierrots atrás de Colombinas...” E eu seguia e indagava: “Ó regato risonho: não viste, por acaso, o Pierrot do meu sonho? “ E o regato correndo e cantando, dizia: “Coro e canto e não vejo” - e cantava e corria... Nos céus, ergendo o olhar, eu via, esguio e doente, o pálido Pierrot recurvo do crescente...
Assim te procurei, entre as balsas amigas, tendo no peito um sonho e no lábio cantigas, só porque, meu amor, uma noite, num banco, eu encontrara olhar de um triste Pierrot branco.

PIERROT

Não! Não era um olhar! Ardia nessa chama
toda a angústia interior do meu peito que te ama
Nosso corpo é tal qual uma torre fechada
onde sonha , em seu bojo, uma alma encarcerada.
Mas se o corpo é essa torre em carne e sangue erguida,
O olhar é uma janela aberta para a vida,
e, na noite de cisma, enevoada e calma,
na janela do olhar se debruça nossa alma

COLOMBINA, languidamente abraçada a Pierrot:
Olha-me assim, Pierrot... Nada mais belo existe
que um Pierrot muito branco e um olhar muito triste...
Os teus olhos, Pierrot, são lindos como um verso.
Minh’alma é uma criança, e teus olhos um berço
com cadências de vaga e, à luz do teu olhar,
tenho ânsias de dormir, para poder sonhar!
Olha-me assim, Pierrot... Os teus olhos dardejam!
São dois lábios de luz que as pupilas me beijam...
São dois lagos azuis à luz clara do luar...
São dois raios de sol prestes a agonizar...
Olha-me assim Pierrot... Goza a felicidade
de poluir com esse olhar a minha mocidade
aberta para ti como uma grande flor,
meu amor...meu amor...meu amor...

PIERROT
Meu amor!
Colombina e Pierrot abraçam-se ternamente. Há, como
um cicio de beijos, entre os canteiros dos lírios. Arlequim,
vendo-os, sai da treva e, com voz firme, chama.

ARLEQUIM
Colombina!
COLOMBINA, voltando-se assustada:

Quem é?
ARLEQUIM
Sou alguém, cuja sina foi amar, com Pierrot, a mesma
Colombina. Alguém que, num jardim, teve o sublime ensejo de beijar-te e jamais se esquecer desse beijo!

COLOMBINA, desprendendo-se de Pierrot:
Tu, querido Arlequim!
ARLEQUIM, galanteador:
Arlequim que te adora...Que te buscava há tanto e que te encontra agora.
COLOMBINA
E procurei-te em vão, mas te esperava ainda.
ARLEQUIM a Pierrot:
Ela está mais mulher...
PIERROT num êxtase:
Ai! Ela está mais linda!
ARLEQUIM, enfatuado, a Colombina:
És linda, meu amor! Nessa formas perpassa
na cadência do Ritmo, a leveza da Graça.
Teus braços musicais, curvos como perfídia,
têm a graça sensual de uma estátua de Fídias.
Não sendo inda mulher, nem sendo mais criança,
encarnas, grande viva, a Flor de Liz de França...
Sobe da anca uma curva ondulante que chega
a teu corpo plasmar como uma ânfora grega
e é teu vulto triunfal, longo, heráldico, esgalgo,
coleante como um cisne e esbelto como um galgo!

COLOMBINA, fascinada:
Lindo!

ARLEQUIM
E não disse tudo... E não disse do riso
boêmio como ébrio e claro como um guizo.
E ainda não falei dessa voz de sereia
que, quando chora, canta, e quando ri, gorjeia...

Não falei desse olhar cheio de magnetismo,
que fulge como um astro e atrai como um abismo,
e do beijo, que como uma carícia louca...
inda canta em meu lábio e inda sinto na boca!

COLOMBINA com um voz sombria de volúpia:
Fala mais, Arlequim! Tua voz quente e langue
tem lascivo sabor de pecado e de sangue.
O venenoso amor que tua boca expele,
põe-me gritos na carne e arrepios na pele!
Fala mais, Arlequim! Quando te escuto, sinto
O desejo explodir das potências do instinto,
O brado da volúpia insopitada, a fúria,
do prazer latejando em uivos de luxúria!
Fala mais, Arlequim! Diz o ardor que enlouquece
a amada que se toca e aos poucos desfalece,
e que, cega de amor, lábio exangue, olhar pasmo,
agoniza num beijo e morre num espasmo.
Fala mais, Arlequim! Do monstruoso transporte
que, resumindo a vida, anseia pela morte,
dessa angústia fatal, que é o supremo prazer
da glória de se amar, para depois morrer!

PIERROT, num soluço:
Ai de mim!...
COLOMBINA, como desperta:
Tu Pierrot!
PIERROT, num fio de voz:
Ai de mim que, tristonho, trazia
à tua vida a oferta do meu sonho...Pouca coisa, porém... Uma alma ardente e inquieta arrastando na terra um coração de poeta.
Na velha Ásia, a Jesus, em Belém, um Rei Mago, não tendo outro partiu através de
Cartago, atravessando a Síria, o Mar Morto infinito, a ruiva e adusta Líbia, o mudo e fulvo Egito, as várzeas de Gisej, o Hebron fragoso e imenso, só para lhe ofertar uns grânulos de incenso... Também vim, sonhador, pela vida, tristonho, trazer-te o meu amor no incenso do meu sonho.

COLOMBINA com ternura:
Como te amo, Pierrot...

ARLEQUIM

E a mim, cujo desejo te abriu o coração com a chave do meu beijo? A tua alma era como a Bela Adormecida: o meu beijo a acordou para a glória da vida!
CALOMBINA fascinada:
Como te amo, Arlequim!...
PIERROT
desvairado pelo ciúme, apertando-lhe os pulsos,
numa voz estrangulada:

A incerteza que esvoaça desgraça muito mais do que a própria desgraça. Escolhe entre nós dois... Bendiremos os fados sabendo o que é feliz, entre dois desgraçados!
ARLEQUIM
Dize: Queres-me bem?
PIERROT:
Fala: gostas de mim?
COLOMBINA, hesitante:
A Pierrot:
Eu amo-te , Pierrot...
A Arlequim:
... Desejo-te, Arlequim...
ARLEQUIM, soturnamente:
A vida é singular! Bem ridícula, em suma... Uma só, ama dois... e dois amam só uma!..
COLOMBINA , sorrindo e tomando ambos pela mão:
Não! Não me compreendeis... Ouvi, atentos, pois meu amor se compõe do amor de todos dois... Hesitante, entre vós, o coração balanço:
A Arlequim:
O teu beijo é tão quente...
A Pierrot:
O teu sonho é tão manso...
Pudesse eu repartir-me e encontrar minha calma dando a Arlequim meu corpo e a Pierrot a minh’alma! Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho, pois um dá-me o prazer, o outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra: um me fala do céu... outro fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar, e em verdade toda a razão do amor está na variedade...
Penso que morreria o desejo da gente, se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente,
porque a história do amor pode escrever-se assim:

PIERROT
Um sonho de Pierrot...

ARLEQUIM

E um beijo de Arlequim!

domingo, 5 de outubro de 2008

Apenas mais uma de amor

Eu tento te esquecer
Mas tudo que eu escrevo
É sobre você

Eu não posso me enganar
Fingir que estou bem
Porque não estou

Preciso de você
Preciso de você
Essa noite

E hoje estou aqui
Só pra te cobrar
O que você disse
Que iria ser pra sempre
Mas não foi assim
Agora o que me resta
Escrever nessa carta
Pra lembrar

Eu passo tanto tempo
Só te procurando
Em um outro alguém
Mas não posso me enganar
Sinto sua falta
E ninguém pode ver

Preciso de você
Preciso de você
Essa noite...

__________________________________________________.

Estou muito feliz, porque hoje eu vi que posso ter perdido o teu amor... mas ainda me resta a tua amizade... E isso já me basta.
Nathy, eu te amo!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Viver é melhor do que ser feliz


Amar
Sofrer
Chorar
Cair
Levantar
Entender
Aprender
Crescer

Coisas básicas da vida...



Tua caminhada ainda não terminou....
A realidade te acolhe
dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita
de tuas palavras
e do teu silêncio.

Se amanhã sentires saudades,
lembra-te da fantasia e
sonha com tua próxima vitória.
Vitória que todas as armas do mundo
jamais conseguirão obter,
porque é uma vitória que surge da paz
e não do ressentimento.
É certo que irás encontrar situações
tempestuosas novamente,
mas haverá de ver sempre
o lado bom da chuva que cai
e não a faceta do raio que destrói.
Tu és jovem.
Atender a quem te chama é belo,
lutar por quem te rejeita
é quase chegar a perfeição.
A juventude precisa de sonhos
e se nutrir de lembranças,
assim como o leito dos rios
precisa da água que rola
e o coração necessita de afeto.
Não faças do amanhã
o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo
que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhes para trás...
mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te.
- Charles Chaplin -



Pois então, amanhã começarei um curso de técnica vocal (canto)
Hoje, mais uma vez, perdi uma amiga.
Levei um fora, outro fora...
Não agüento ter uma pessoa de que gosto como amiga, impossível.
Então, acaba aqui.
Ainda procuro uma namorada... Já tô perdendo as esperanças.
Acho que o meu amor verdadeiro não existe!
Musiquei duas letras minhas com um amigo, ao todo foram quatro letras escritas pra moça aqui antes citada, ex-ficante... e ex-amiga.
Não vou mais falar com ela.
Quanto às músicas, não sei o que fazer.
Eu estava pensando, de fato, em doar os direitos autorais para o amigo que toca violão.
Para a banda dele tocar as músicas.
Porque elas não fazem mais sentido pra mim, só trazem lembranças e dor, muita dor.
Mas depois de ter visto como ficaram lindas, uma bossa nova e outra meio rock.
Ficaram demais!
Então, vou ficar com elas pra mim mesmo.
Qualquer dia posto aqui o meu vídeo cantando elas, com o acompanhamento do violão de um amigo de infância.
Acho que é isso... Tava há um tempo sem postar nada, nada acontecia na minha vida...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Algumas

Hey, Jude (The Beatles)

Ei, Jude, não fique mal,
Escolha uma música triste e torne-a melhor
Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração,
Então você pode começar a ficar melhor.
Ei, Jude, não tenha medo,
Você foi feito para sair e conquistá-la.
No minuto que você deixá-la debaixo da sua pele,
Então você começará a ficar melhor.
E sempre que você sentir a angústia,
ei, Jude, contenha-se,
Não carregue o mundo em suas costas.
Com razão, você sabe que é o bobo
quem mantém a cabeça fria,
Por deixar este mundo
um pouquinho mais frio...
Ei, Jude, não me decepcione...
Você encontrou-a, agora vá e conquiste-a
Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração,
Então você pode começar a ficar melhor...


  • Sonhe com uma vida
  • Não viva de sonhos
  • Apaixone-se e sofra
  • Sofra bastante
  • Nenhum amor é lindo
  • Sem sofrimento
  • Ninguém aprende
  • Sem errar
  • Erre e acerte
  • Reconheça seus erros
  • Não corrigir nossas falhas
  • É o mesmo que cometer novos erros
  • Peça perdão
  • Diga obrigado
  • Seja fiel a você mesmo
  • Seja educado
  • Trate bem aqueles que querem
  • O teu mal
  • Isso irá desarmá-los
  • Não deseje o mal alheio
  • Queira o bem
  • Faça o bem
  • Viva!

sábado, 30 de agosto de 2008

Carta a Aline Hrasko

Inspiração humilde dos meus versos,
que resguardas a alma de poetas que já se foram.
Flor tão bela, tens todos os traços
de todas as artistas moças que me encantam

Não és pimentinha, tal Elis Regina
Ou guerreira, como Clara Nunes
Mas encantas tal simples menina
E humildemente peço, para que nunca mudes

Talvez eu ainda veja esta flor desabrochar
Um dia, quem me dera, eu diga, alegre, quiçá
"Eu estava lá! E vi ela começar..."

Que orgulho poder conversar
Com uma pessoa tão especial, assim
Ai, dessa distância que separa você de mim

Essa admiração, pois quase um amor platônico
Não vai diminuir, enquanto eu tiver o mesmo gosto
Por estas mulheres, lindas e de intelecto.

_____________________________________*
Era pra ser um soneto, mas deixa assim...
Ainda continuo com minha mania de sonhar alto...
Mesmo com os tombos e tropeços
Eu ainda sou teimoso e sofro por amor platônico.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Cada lugar teu e dicas

Sei de cor cada lugar teu
atado em mim, a cada lugar meu
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
tento esquecer a mágoa
guardar só o que é bom de guardar


Pensa em mim protege o que eu te dou
Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou
sem ter defesas que me façam falhar
nesse lugar mais dentro
onde só chega quem não tem medo de naufragar


Fica em mim que hoje o tempo dói
como se arrancassem tudo o que já foi
e até o que virá e até o que eu sonhei
diz-me que vais guardar e abraçar
tudo o que eu te dei


Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
e o mundo nos leve pra longe de nós
e que um dia o tempo pareça perdido
e tudo se desfaça num gesto só


Eu vou guardar cada lugar teu
ancorado em cada lugar meu
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo
onde só chega quem não tem medo de naufragar...
quem não tem medo de naufragar. . .
(Ana Carolina)

Dicas!!!

Filmes para se ver a dois:
Um amor para recordar
P.S.: Eu te amo (chorei muito)
Once (fraquinho, mas gostoso de assistir)
Paranóia (terror, para as segundas intenções do moço)
Antes de partir (não chega a ser triste, a história é linda!)

Filmes que irão te fazer pular do sofá, ou se agarrar nele:
1405 (Stephen King, queria o quê?)
Sweeney Todd (musical de terror, só Tim Burton pra fazer isso mesmo)

Fika Dika

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Minha querida amiga...





Sinto saudades.

Não sei bem explicar o que estou sentindo no momento, mas vou tentar.

Em todos os momentos que passei olhando tuas fotos, tuas comunidades... eu só conseguia pensar em uma coisa – que saudades dessa menina!

O teu jeitinho, o teu sorriso, a tua voz... tudo voltava à tona quando eu me pegava pensando em como fui agraciado com a tua amizade, mesmo que distante.

Uma pessoa de tal ingenuidade, e, ao mesmo tempo, tão esperta e atenta com o mundo ao seu redor!

Alguém que, mesmo não parecendo, pensa muito antes de abrir a boca, ou fechá-la.

O negócio é que eu sou grato por não termos ficado... Nunca termos nos beijado.

Eu acho até que o meu sentimento por ti se tornou pura e completa amizade justamente por nunca ter existido nada além disso.

Certo, certo... Eu bem que queria, e fiquei atordoado com aquele fora, mas hoje penso, e vejo que as coisas terminaram onde deveriam ter terminado. Na amizade.

Eu sei que andamos afastados porque nossos rumos se separaram, e isso pode ter afetado o jeito como tu me vês. Eu sei e aceito isso, pois sei que a vida é assim mesmo e nada que eu fizer vai mudá-la, talvez se eu te pedir em casamento ou algo do tipo, mas fora isso... continuaremos separados até o universo mudar novamente.

Eu escrevo essa carta principalmente pra mostrar que não te esqueci. E pra pedir, que lembres de mim de vez em quando também. Imagine que sou como Deus... aquele amigo imaginário que quando estamos sozinhos e desesperados, o chamamos... Porém, há um aspecto bom... eu estou vivo! Ainda podes me mandar um recado, carta, etc. Quando teus amigos mais próximos falharem, lembra que ainda tens um aqui... esperando pra te fazer feliz de novo... com um ombro seco e um coração aberto pronto pra enxugar tuas lágrimas e ouvir desabafos, e uma boca de velho conselheiro para falar ou calar quando mais precisares.

Lembra de mim... nem que seja pra pedir alguma coisa emprestada e nunca mais devolver...

Lembra de mim... nem que seja pra pedir dinheiro, pedir conselho, pedir que eu bote um amigo pra ti...

Lembra de mim... tão simplesmente assim... Lembra de mim!


P. S.: Eu Te Amo

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

À moça comprometida

Que mania de me apegar facilmente às pessoas... Deus!
Eu não agüento mais isso... e sempre são pessoas erradas... o pior de tudo!
Enfim, ficou meio estranha, mas tá aí.
Sabe aquela pessoa que você nunca deveria ter se apegado e mesmo assim se apegou? Sem motivos, ou lembranças, com um sorriso ou um olhar apenas?
Aquela moça que não merece o teu amor, nem a tua admiração?
Aquela pessoa que nem fez história ao teu lado, nem poderia fazê-la
Pois é, essa é pra ti... L***

A história que não aconteceu (da minha mania de sonhador)



E essa mania que ainda tenho de achar que o mundo é perfeito

Que as coisas são belas e inacabáveis

Desse jeito moleque de querer viver

Querer aprender, querer crescer, querer...


Toda angústia que ainda me mata a cada palavra mal interpretada

A cada vez que respiração é parada e de súbito, volta,

Acelerada.


Dessa mania de ter fé na vida. Pensar na menina que já se foi

Por essas e tantas

De tanto modos, diferentes maneiras, faces, olhares.

Por essas e tantas, que mil romances não foram escritos.


Pelo meu jeito insistente de ver a vida

De sonhar com a realidade, a liberdade perdida.

Por tudo isso, e mais um pouco,

Vejo-me hoje nesse sufoco.


A história, essa é apenas mais uma

Das tantas que não aconteceram

Morreram diante de uma ilusão

Eu não a conhecia, ela também não.


Já conhecendo os trejeitos dessa vida

Eu, sonhador, aluno ainda,

Não busquei a caneta, nem para escrever, a tinta

Esta história que poderia ter hoje vida.


Penso hoje se poderia ser de outro jeito

Eu, como pensador astuto,

Talvez tivesse dito ao mundo

E ao amor, um não, e meu traçado feito.


Ai, dessa mania de sonhar alto

Criança sábia, velho poleiro,

Que de vento em vento desprende o beiro

E atira-se ao inalcançável.


Desta vez temia a sorte,

Receava sobre a morte

Nesta mulher desalmada

Que se fez certa vez amada,

Mas equivocou-se por quem.


Seria eu um delinqüente

Que observando tanta gente

Nesse mundo por andar

Vi-me desconsolado e solitário

Sendo sonhador como sou e então

Quis mais uma vez me apaixonar?


Ai, Musa Inquieta, pois tu és a culpada.

A verdadeira culpada

De todo esse mal que me habita


Por certo nem sabes o que peço

Nas ilustres palavras que teço

Neste pondero meu

Eu apenas desejo que tires

Este olhar que me atormenta


Desta mulher de carne e sangue

Que toda noite me encarcera

Por seus beijos a sonhar


Musa minha apagues essas lembranças

De todas aquelas andanças

Por esse mundo a vagar

Inútil, pierrô solitário,

Que das escolhas se arrependeu.

Atordoado e fadigado,

Por uma história de amor...

Que nunca aconteceu.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Devaneio

Acordo em meio de um pesadelo. Não, eu não quero despertar. Por favor, não. Não quero voltar para o mundo moderno, o tempo passa... Reluto, mas acordo. É noite, meu corpo treme...


Ao olhar para os lados, não te ver ali comigo
Penso em mil coisas a fazer, meu sonho reprimido
Vejo, então, um portal
Na minha visão paranormal
Paro e reflito, numa idéia
Num devaneio qualquer, me sinto mal
Parando subitamente meu respiro
Sinto um gosto metálico
Em minha boca, rindo
Sorrindo, paro
Canto, danço
Desesperado, valseio
Sozinho
Um pedaço de giz alimenta
Meu raciocínio
Sucinto
Invisto
Minhas esperanças, num rabisco
Quisto, este sonho de menino
Um portal riscado, lacrimejado
Despedaçado o giz
Tão belo, e colorido
Foi-se transformou-se transmutou-se
Neste sonho
Na parede do quarto esquerdo
Torto há um portal desfeito
Por mãos hábeis desenhado
Sonhado
Mente fértil, insana
Canta desafina
E finda
a obra de imensurável
gana
Apanha
Das mal-trapilhas vestes
Que veste
A manga
Limpa-se o homem
Deveras indignado
Com a vida
Inda
Aquela que sonhara
Um portal
Tão singelo símbolo
De rancor, ódio, amargura
Pura
Devaneios,
Fugir pela parede, risca-se um portal
Suja a veste de giz escarlate
Arde,
A ferida, vivida
Finda, a liberdade
Arde...
Devaneio...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Sorria! Sonhe! Mas viva, nunca esqueça, viva!

Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz
Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa
Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá
A gente parece formiga
Lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração
A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão as vezes é doce
Mas as vezes é doce não
Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Ah e o mundo é perfeito
Hum e o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito
Eu não pareço meu pai
Nem pareço com meu irmão
Sei que toda mãe é santa
Mas a incerteza traz inspiração
Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso
Tem sorriso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia
Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio
Mas o coração nos diz que é o mais bonito
Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
é querer saber demais
Querer saber demais
Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Ah e o mundo é perfeito
Mas o mundo é perfeito
O mundo é perfeito...

(Sonho de uma flauta - Teatro Mágico)

domingo, 10 de agosto de 2008

Depressão nunca mais!!!



Eu quero mais é SER FELIZ!!

Depressão é uma palavra extinta, mudei de vida.
Demontro nessa imagem e nesse texto porque eu resolvi mudar, ou melhor, pelo que.
Carpe Diem!

domingo, 3 de agosto de 2008

Desabafos: Felicidade instantânea

Não tem com quem conversar e eu sempre disse que escrever é a minha terapia, então, à sessão!


_____________________________________________________________________


Quando não nos lembramos mais como é ser feliz, é porque estamos com sérios problemas...
Mas felicidade, felicidade mesmo! Não a instantânea.
Como assistir a um show de comédia, ver um vídeo do youtube de stand-up comedy, rir de uma boa piada, beber com os amigos, beijar a pessoa que você tanto sonhou.
Eu falo de felicidade mesmo! Aquela de passar os dias cantando, dançando pela casa, cozinhando e falando consigo mesmo.
Essa felicidade!

Pois é, eu não lembro mais como é ser feliz. Estar de bem com a vida, com as pessoas, comigo mesmo. Eu não sei como é.
E parece que nunca mais vou saber. Bobagem, eu sei. Mas parece.
Não consigo enxergar minha vida como era antes, não consigo me ver sorrindo para as pessoas verdadeiramente. Não me enxergo pegando um ônibus e indo me encontrar com alguma pessoa só para conversar e rir das bobagens ditas, como fazia antes.
Neste ponto eu me sinto vazio, com um buraco no peito. Apenas consigo me ver afundando mais nesse posso de tristeza, sozinho, sem namorada nem amigos; não quero poluir a felicidade alheia com o meu pessimismo, minha dor, minha carência.
Se for pra passar os meus últimos dias sofrendo, eu quero sofrer sozinho, no meu quarto.
Estava refletindo sobre isso enquanto preparava um café... E agora? Eu não consigo lembrar como era nos anos passados, não vejo futuro diferente deste presente. Não dá!
É daqui para outra vida.
Apesar de eu saber que isso que escrevo parece loucura, e de fato o é, pois a vida dá voltas e em algum momento irá melhorar, eu não consigo imaginar como.

Já estou cansado de ouvir música alegres e assitir a vídeos de comédia só pra ter alguns minutos de prazer. No verão passado o prazer não acabava!
Como isso!?!?
Era praia de tarde, festa de noite durante três meses!!!
E agora, quando a minha felicidade dura vinte minutos, eu me acho com muita sorte.
Aff... ¬¬'

Informações


Depressão e pessoas deprimidas

Depressão? Tristeza? Melancolia?

A depressão é uma doença neuropsicológica caracterizada pelos distúrbios de humor.
A pessoa que sofre de depressão sente como se fosse um fado pesado para si e para os outros. Por isso se isola, tem problemas com as relações interpessoais, entre ela e outros, e, talvez mais, com a relação intrapessoal, com ela mesma.
A pessoa depressiva sente como se nunca mais pudesse ficar feliz outra vez. E não vê cura, não acha que alguém possa ajudá-la, um grande erro. Mas quem sofre desta doença, não vê explicação, e começa a imaginar porquês de ela estar desse jeito.
A depressão não é uma doença instantânea. Ela vem de inúmeros fatores, pequenos às vezes, que juntos deixam um indivíduo extremamente melancólico, triste, sem paixão pela vida. Alguns exemplos: - Uma pessoa repete de ano, aproveita as férias, termina uma relação amorosa, assiste a inúmeras brigas dentro da sua casa, não encontra amigos que o ajudem com os conflitos internos pessoais. Eventualmente, esta pessoa se sentirá sozinha no mundo e tentará pedir ajuda às pessoas mais próximas de si, muitas vezes encontrando amigos que não sabem como tratar um depressivo, que lhe dizem para parar de "frescura" e que depressão é uma fraqueza; se não quisesse estar assim, não estaria, porque isso é coisa da sua cabeça... Enfim.
A pior coisa que se pode fazer com um depressivo é mandar ele reagir, comprovadamente isso mais faz mal do que bem. Isso faz a pessoa depressiva pensar que os amigos são burros, "oras, e você acha que eu não tentei superar...?!". E é uma realidade. Se uma pessoa com transtorno depressivo maior pede ajuda é porque ela mesma já tentou inúmeras vezes se ajudar, e não teve resultados, obviamente.
Namorar é um problema sério. Os depressivo pensam que são um saco pesado e não desejam que outra pessoa tenha que carregá-lo. A baixa auto-estima também se apresenta aí.
Parece, aos olhos de um depressivo, que a vida não tem sentido. Por vezes o suicídio é a única saída para essa dor. Não que queiram tirar sua vida, mas por quererem aliviar o sofrimento.
A depressão deixa as pessoas cegas, não encontram saídas nem respostas para seus problemas. Estão incapazes de ver que podem ser felizes de novo.
Também é caracterizada pelo distúrbio de sono, viram crianças. Trocam o dia pela noite, tendo dificuldade em dormir à noite, e cansaço durante o dia.
Distúrbios alimentares também são freqüentes, podendo ser a falta de fome, deixando o indivíduo magro e sem vida, ou excesso, pessoas que ganham até dez quilos em menos de uma semana.
O indivíduo com depressão não sente prazer nas coisas que antes eram maravilhosas a ele. Esportes, leitura, música, arte, conversas, baladas, tudo perde a graça. A única coisa que o "agrada" é ficar sozinho, no quarto, deitado. Chorando, muitas vezes.
A bipolaridade também é um sintoma da depressão. No mesmo dia a pessoa com esta doença pode demonstrar muitos humores diferentes, em questão de acordar sorrindo e servir-se de café com os olhos molhados.
A melhor coisa a fazer para ajudar um depressivo é oferecer ajuda, psicologia infantil: NÃO PRESSIONE!!! Oferecer ajuda e aguardar a pessoa vir até você.
Ouvir. Não falar muito, ouvir. Apenas isso.
Tentar ser o mais cuidadoso com as palavras o possível. Lembrando que eles estão perturbados e muito sensíveis.
Não colocar os seus pontos de vista em pauta. Evitar discussões ao máximo.
Coisas bobas para você podem levar o depressivo ao suicídio.
Uma simples frase dita em tom de brincadeira, como "Deixa de inventar coisinhas..." pode levar uma pessoa que estava se curando de volta ao fundo do posso.
Pensei nisso!

Fonte: Experiências pessoais.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Mês de mAlGOSTO


Êta injustiça... uns com tanto... outros com tão pouco, ou nada.

Eu fiquei tanto tempo fazendo essa montagem, que até esqueci o que ia escrever... perfeccionismo é foda. Mas, enfim.
Mais um mês, mais um ano, e o mesmo tédio de sempre.

Só uma pergunta me vem à mente
"Cadê o meu amor verdadeiro?"

Se existe mesmo essa coisa de princesa, não sei. Mas que eu quero a minha, isso sim.

Pensando bem, talvez a princesa nem seja assim tão perfeita. Mas se sentir a metade do que eu sinto por ela, já é perfeita...

A vida voa.

Eu sei que isso é meio démodé, mas parece até brincadeira o quanto o tempo passa depressa. E, segundo cientistas e a população em geral, os anos estão passando cada vez mais rápido!

2007? Um fôlego.
2008? Um suspiro.
2009?! Um espirro!!
2010? "Eh."
2011? ...QuÊ?
2012? Ahá! A profecia Maia... Esse sim vai ser longo... E tumultuado, mas deixemos as teses pra outro dia em que eu estiver mais inspirado.

Cadê a minha namorada?
Por onde anda a pessoa que colorirá meu mundo cinza?


Um ótimo fim-de-semana pra ti, blog, porque ninguém lê essas bobagens mesmo...

Monólogo O Menino


Cadê?

Onde foi parar?

O meu sonho. O meu mundo. Minha vida?!

Onde será que pode estar.


A natureza se tresloucou. Modificou, e agora?

Que destino nos aguarda...

Eu?

Eu tenho uma guia no pescoço e uma imagem de um sábio guardada no meu quarto.

Só isso, nada mais.

Ah, sim. Tem sim. Eu guardo lembranças.

Minha maior riqueza, na memória. A infância.

Hoje história.


Mataram inocentes, destruíram as esperanças.

E agora?

Cadê?

Onde foi parar aquele menino que sonhava em ser músico.

Encantar platéias e transpassar mensagens.

Será que já se foi?

Ou estará guardado em algum lugar do espaço.

No infinito das lembranças, será?


Não sei bem o que saber.

Acho até que aquele menino espera o dia em que renascerá.

Será?

Aquele menino queria ter filhos, ensinar, brincar, viver.

Hoje, eu, homem vivido, não quero.

Não. Mais um ser na amplidão, na escuridão...

Na solidão, sem ter pra comer um pão.

Então?


E agora?

Eu te pergunto, e agora?

Não. Você não tem as respostas.

Que eu tanto busco, em vão.

Sim. Você pensa diferente de mim.

Mas compare minhas palavras.

O que mudou?

Nada mudou?

O quê, então?


Sei não.

Acho que o tempo é mestre.

E o homem é Diabo.

As pobres criaturas inocentes

Aqui hoje delinqüentes

Serão testemunhas de um ato

Revolucionário, atitudes de escravo.

Intitulados, amados pelos seus

Derrubados como pigmeus

Por rosas e frases de amor.


Aí sim, o menino se reerguerá das cinzas

Feito Fênix arrependida

De ter perdido a fé no povo.

E brilharão os olhos de novo

Plenas de paixão pelo céu de anil

Que ressurgirá da escuridão, enfim.

E gritarão as cores do pendão

- Justiça! Pela raça do Brasil.